A gente teve um pensamento utópico. Quais são as características e qualidades que a gente quer em uma empresa? Desse questionamento saíram as sete regras do nosso manifesto e que a gente gostaria de compartilhar com vocês.

" A aprendizagem permeia tudo – e pode mudar tudo. "

As lições estão presentes em absolutamente tudo o que fazemos e vivemos, e devem ser pontos de partida para mudanças positivas. Nesse sentido, o viés otimista e a sensatez são fundamentais e devem ser o norte para correções de rota e novas empreitadas. Sem ferir os princípios, a empresa e o time devem aprender e mudar sempre que necessário.

" Todos trabalham felizes. "

A felicidade é um estado de espírito. Alcançá-la exige não só o atingimento dos nossos objetivos (diferença entre o que se quer e o que se tem), mas dominar as nossas angústias e as nossas frustrações para encontrar a paz interior (equilíbrio).

Assim, seguir essa premissa não significa criar um ambiente utópico em que todos os desejos e necessidades sejam atendidos (uma vez que os conflitos são inevitáveis), mas dar condições para que as pessoas encontrem os seus pontos de equilíbrio no trabalho.

Para isso, é preciso fazer um processo seletivo que, antes de tudo, considere a convergência entre os valores da empresa e os da pessoa que irá fazer parte do time. Além disso, é fundamental administrar bem as expectativas de ambos os lados, motivo pelo qual estas devem estar muito claras desde o início. De tempos em tempos deve ser feito um realinhamento para identificar os ponto divergentes na tentativa de reencontrar o caminho comum. Isso pode ser realizado por meio de avaliações 360º regulares, com feedbacks dados em todas as direções.

" A responsabilidade de um é a responsabilidade de todos. "

O espírito de time é imprescindível. Isso passa necessariamente pelo fato de que os objetivos entre as pessoas devem ser os mesmos, visando o desenvolvimento de todos – aqui, entram a organização e as pessoas que fazem parte dela.

A gestão deve ser horizontal e todos devem contribuir para o bem comum. Nesse sentido, as tomadas de decisão passam pela equipe, que deve ser madura o suficiente para entender as necessidades de cada momento e abraçar a causa. Para isso, é necessário que as pessoas tenham visão sistêmica e compreendam como os resultados afetam a vida e o dia a dia de cada um. Afinal, a empresa é um corpo único e, ao se desenvolver, compartilha os resultados.

" O respeito rege todas as relações. "

Diversidade e tolerância estão na essência da empresa e, portanto, devem estar na essência das pessoas que a compõem. Isso vale tanto no campo biológico quanto das ideias.

Entender e aceitar o outro em suas peculiaridades e idiossincrasias proporciona a harmonia necessária para um ambiente de trabalho saudável e livre de preconceitos.

Nesse sentido, qualquer atitude discriminatória será dissipada de maneira natural.

" A transparência está sempre presente. "

Não há informações sigilosas entre os membros do time. Todos compartilham os mesmos saberes, desde os necessários à execução de um determinado trabalho até os relativos a questões comerciais e de remuneração.

Por transparência entende-se também a franqueza para dizer o necessário em qualquer tipo de conversa, guardados os limites da cordialidade e da boa educação. Isso pressupõe igualmente a maturidade para ouvir, refletir e, se necessário, contrapor.

A transparência também deve ser exercida com os demais stakeholders.

" A disciplina e a maturidade se sobrepõem a regras convencionais. "

Estando todos cientes de suas responsabilidades e motivados a cumpri-las, não se faz necessário o estabelecimento de ambiente e/ou de horários fixos de trabalho, mas de acordos entre os envolvidos para que os objetivos estabelecidos sejam alcançados.

As políticas, previamente consensadas, devem ser observadas, mas podem ser abertas exceções baseadas no bem comum. Isso significa que a quebra de regras é permitida caso se faça necessária para o atingimento do melhor resultado para todos, incluindo a organização (e pessoas que são parte dela) e a sociedade (todos os demais stakeholders). Nesse sentido, a lei vigente e a ética da empresa são os únicos limites à quebra.

" O trabalho e os resultados são compartilhados. "

Entende-se como resultado tudo aquilo que é produzido pela empresa a partir do trabalho da equipe, sejam ganhos financeiros, novos clientes, prêmios… e também perdas, falta de reconhecimento, etc.

A remuneração convencional dá lugar a uma distribuição de lucros que considera o trabalho efetivo de cada membro do time, que, por sua vez, recebe de acordo com a energia investida e a entrega realizada em um determinado projeto. Por outro lado, em caso de perda financeira, todos devem arcar com o prejuízo, abrindo mão da remuneração pelo esforço (caso extremo).

Vale lembrar que outros tipos de resultados também são frutos do esforço de todos e, sendo assim, o reconhecimento deve ser justamente compartilhado, bem como as lições aprendidas.