O que a WorldSkills 2017 tem a ensinar

25/10/2017
Posted in Trabalho
25/10/2017 Felipe Menhem

O que a WorldSkills 2017 tem a ensinar

Nos últimos dias, estava nos Emirados Árabes trabalhando como voluntário na WorldSkills Abu Dhabi 2017. Para quem não conhece, a WorldSkills Competition é a maior competição de educação profissional do mundo. Jovens de mais de 70 países e regiões competem em 51 ocupações profissionais, de Solda até Serviço Social, passando por Alvenaria, Carpintaria, Cozinha e Web Design. A Competição é feita pela WorldSkills, uma organização sem fins lucrativos, junto com sua representante no país-sede. No Brasil, por exemplo o SENAI é o representante e foi o responsável pelo Comitê Organizador da Competição de São Paulo, em 2015. Fiz parte da equipe que construiu a Competição nessa ocasião e sou muito grato pela oportunidade.

Eu sempre defino a WorldSkills como a celebração dos diferentes tipos de inteligência e criatividade humanas. E isso é fascinante, juntar essa quantidade e essa diversidade de ocupações no mesmo lugar. Quando você anda pelo pavilhão, é incrível ver os competidores concentrados em seus projetos, e principalmente o público se interessando pelas ocupações mais variadas. De quebra, isso mostra como a Educação Profissional é uma opção de carreira viável para os jovens. Precisamos parar com o dogma de que o ensino técnico é para as pessoas “que não são inteligentes o suficiente para o ensino superior”.

Trabalhar na Competição novamente, com o histórico de ter organizado uma, e o fato de estar mais experiente e maduro me deu a oportunidade de fazer observações interessantes sobre o dia a dia do escritório e que eu gostaria de compartilhar aqui.

Da empatia e humildade

É imprescindível praticar a empatia em um país onde, assim como o nosso, a língua local é uma barreira. Tentei uma conversa com o primeiro taxista que peguei em Abu Dhabi. A coisa não andou muito bem porque o inglês dele não era o melhor de todos, longe disso. “Gente, que inglês horrível”, foi a primeira frase que veio à cabeça. Mas, será que alguma outra pessoa também pensou isso de mim quando comecei a conversar? É possível. Então, assim como naquela história do jazz, você sempre precisa se colocar no lugar do outro e estabelecer espaços de aprendizagem.

Por exemplo, porque não aprender mais sobre storytelling em vídeo com três pessoas da minha equipe que estavam lá para isso, ao mesmo tempo que poderia ensinar sobre a WorldSkills para eles

Robótica Móvel

Estruturas enxutas funcionam. E muito.

A WorldSkills International tem 16 pessoas em seu quadro fixo. São essas 16 pessoas – o Secretariado – que fazem a organização funcionar no dia a dia. Em épocas de Competição, eles criam o Secretariado Estendido, onde fui alocado durante o evento em Abu Dhabi. São quase 100 pessoas, chamadas para desempenhar diversas funções de acordo com a experiência de cada um, de comunicação a infraestrutura, passando por relacionamento com membros e serviço administrativo.

A lição aqui é saber manter uma estrutura enxuta e montar times de acordo com o projeto, conhecendo as experiências e as habilidades das pessoas que estão ali e quais são os desafios propostos. Isso nos leva a outro aprendizado:

Ambientes dinâmicos são… dinâmicos.

Apesar do longo período de preparação e construção de uma WorldSkills Competition, o Secretariado Estendido chega no local e começa a trabalhar cerca de uma semana antes do começo da competição. Todos chegam já com funções determinadas, mas nada está escrito na pedra. Por exemplo, eu estava designado para o time de mídias sociais. Após a primeira reunião de equipe, fui realocado para dar direção editorial à produtora de TV. No dia da cerimônia de encerramento, eu trabalhei junto com a Kim Vallis, fotógrafa no Winners Circle, o local onde os medalhistas são fotografados. Nesse caso, trata-se de encaixar as melhores habilidades para conseguir o melhor resultado possível.

O pouco tempo também exige pouco tempo de adaptação à função. As coisas acontecem em uma velocidade muito alta e é preciso achar os atalhos e assumir a liderança do seu projeto. Nesse sentido, ter conhecimento dos processos de produção de vídeos e, principalmente, a bagagem de já conhecer a Competição foi uma vantagem enorme. Esse pouco tempo dá autonomia e confiança muito grandes para nós em relação aos altos escalões. Não há tempo e nem espaço para microgerenciamento. É o clássico “Vai lá e faz”.

E finalmente…

Aproveite a diversidade

Finlândia, Inglaterra, Brasil, Canadá, Nova Zelândia…

Trabalhar num ambiente com pessoas do mundo todo e com históricos diferentes é uma oportunidade sensacional de ver a diversidade em prática no ambiente profissional, entender as necessidades, os desejos, os históricos de cada um e como isso foi aplicado na carreira e no trabalho desenvolvido.


Ainda vamos falar sobre as questões de aprendizagem, educacionais e de conteúdo da WorldSkills Abu Dhabi 2017. Fique ligado!

 

 

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