Webinars: dicas práticas para quem vai começar

04/08/2017
Posted in Trabalho
04/08/2017 Ricardo Ponsirenas

Webinars: dicas práticas para quem vai começar

Os webinars estão cada vez mais populares, seja como instrumentos para entrega de conteúdos em estratégias de marketing digital, ou como parte de uma estratégia maior de um programa de educação online.

Recentemente, vivenciei esses dois formatos provendo ou ministrando aulas em cerca de vinte sessões e a minha conclusão é de que, quando bem utilizados, os webinar são poderosíssimas ferramentas de aprendizagem, ou de apoio à aprendizagem.

Nesse post, compartilho algumas dicas práticas que consolidei e testei nessas últimas semanas.

Dicas práticas para melhorar seus webinars

Com base na experiência recente, criei essa pequena lista de boas práticas que podem ser adotadas por quem vai experimentar pela primeira vez, ou por quem já utiliza os webinars em suas soluções:

  1. Não economize na comunicação. As pessoas têm agendas cada dia mais complicadas. Por isso, é importante que você envie o “Save the Date” com bastante antecedência, três semanas por exemplo. Na sequência, reforce a comunicação uma semana antes da aula, um dia antes e uma hora antes. Nesses dois e-mails mais próximos da aula envie novamente o link de acesso e os objetivos da aula.
  2. Inicie a transmissão antes do horário. A transmissão, não a aula. A dica aqui é criar uma tela de espera, com algumas informações básicas, como título e objetivo da aula, nome do professor, o horário em que a aula efetivamente vai começar. Isso é importante porque muitos alunos têm dificuldade em acessar as plataformas de webinar e, assim que entram, ficam tranquilos ao perceber pela tela de espera que a conexão está ok.
  3. Programe-se para ajudar os alunos nos primeiros minutos. Por mais intuitiva que seja a sua plataforma, muitos alunos precisarão de ajuda técnica para alguns detalhes como habilitar microfone, visualizar determinados recursos ou até mesmo entender o modelo de interação que você planejou. Antecipe-se e tenha as principais respostas prontas.
  4. Receba bem os seus alunos. Estamos falando de acolhida mesmo. Imagine que você está numa sala de aula presencial e que seus alunos vão entrando na sala. Você não vai dizer “bom dia”? E se a ferramenta que você escolheu permite a interação dos alunos, não as ignore. Isso seria como um balde de água fria.
  5. Planeje a aula com momentos de interação. Na prática, o que vai diferenciar um webinar de um vídeo gravado que tem hora certa para passar é o quanto os seus alunos conseguirão participar, interagir, perguntar e responder. Crie provocações, pergunte a eles o que eles acham sobre determinado tema antes de você dizer a sua opinião. Você vai perceber como isso enriquece muito a aula.

Talvez você precise de ajuda.

Se você vai iniciar no mundo dos webinar como professor ou provedor de conteúdo, é muito provável que venha a precisar de alguma ajuda durante as primeiras sessões. Eu precisei. Foram dois pontos principais:

  • Operar a ferramenta que gera o webinar. Desde configurar corretamente, a utilizar os diversos recursos. Esse ponto você pode treinar sozinho. Recomendo que você se mantenha no campo da simplicidade no início e, conforme for adquirindo mais desenvoltura, adicione ações mais sofisticadas à aula.
  • Facilitar as interações dos alunos “e” dar aula ao mesmo tempo. Infelizmente não é possível simular como os alunos vão interagir. A experiência deverá ser adquirida ao longo das aulas de verdade. A minha dica aqui é: (se possível) tenha alguém logado na aula te ajudando como se fosse um professor assistente. Apresente esse professor assistente para os alunos e com certeza sua aula vai fluir melhor.

Marinheiro de primeira viagem? Não se afogue.

Acredito que as três maiores dificuldades que você terá realizando um webinar serão essas:

  • Gerenciar a ferramenta ao longo da aula, apresentando slides, vídeos, a sua câmera etc nos tempos certos, sincronizados com o seu plano de aula. Dica: comece simples.
  • Aprender a lidar com o Delay. Sim, na maioria das ferramentas o seu aluno não estará ouvindo/vendo você em tempo real. Há sempre alguns segundos de atraso e esse atraso é diferente para cada um dos seus alunos presentes à sessão. É importante lembrar disso na hora de planejar as interações. Se seus alunos estão demorando a interagir, provavelmente esse é o problema. Dica: evite criar períodos de silêncio. Por exemplo: quando fizer uma pergunta, prossiga dizendo aos alunos o quanto aquela pergunta é importante para o contexto da aula, até começarem a aparecer as primeiras respostas.
  • Falar para a câmera. É mais fácil do que gravar videoaulas, com certeza. Mas dar uma aula mais longa sem ter aquele feedback imediato dos alunos (ou seja, suas expressões faciais) às vezes pode te levar a questionar se a aula está num caminho bom. Para minimizar isso provoque feedbacks constantes durante a aula ou tente ler isso nos momentos de interação.

A sala de aula invertida sem a sala.

Sem dúvida, a situação mais rica do ponto de vista educacional é quando utilizamos o webinar como parte de um programa de treinamento ou educação digital, combinado com outras estratégias. Você pode simplesmente escolher um momento e parte de um conteúdo para expor ao longo de uma trilha, pode criar sessões “tira-dúvidas”, enriquecer sua solução blended ou até mesmo utilizar a estratégia da sala de aula invertida, mesmo num programa 100% digital, ou seja, seus alunos podem ter contato com os conceitos nas atividades assíncronas (vídeos, htmls, games etc) e praticar esses conceitos numa sala de aula virtual, com apoio dos colegas e do professor. Essa foi a estratégia que usei nas iniciativas que vivenciei nas últimas semanas e os resultados não poderiam ter sido melhores.

Entre os benefícios que percebi nesses webinars, destaco os seguintes:

  • Favorece a aproximação entre alunos e professor. O conteúdo deixa de ser visto como algo estanque e a relação volta a ganhar contornos mais humanizados, fortalecendo os elos emocionais da aprendizagem.
  • Cria-se um claro momento de apoio ao processo de aprendizagem. Momento em que os alunos podem esclarecer pontos dos conceitos apresentados por outras mídias do programa oferecido, com bastante liberdade para perguntar e estressar qualquer ponto.
  • Cria-se um momento em que alunos e professor podem trocar experiências, aprender com situações já vividas tanto pelo professor quanto pelos alunos. Torna possível ainda que o aluno tenha a oportunidade de entender como determinado conceito pode ser aplicado numa situação específica do seu dia a dia.
  • Cria-se um compromisso, uma agenda. Principalmente no modelo de tira-dúvidas ou de sala de aula invertida, a realização de atividades prévias favorece que o aluno passe a ter compromissos com o curso além do deadline de conclusão. Fator importante para favorecer o engajamento e o progresso do aprendizado numa velocidade que respeite o ritmo dos alunos, mas que impeça a procrastinação exagerada.

Em outras palavras, usar o webinar como parte de uma estratégia educacional maior aproxima sua iniciativa educacional dos princípios da andragogia, o que vai destacar os fatores de relevância do seu curso, melhorar a experiência do aluno e favorecer a conexão entre os alunos, entre alunos e professor e entre os alunos e as diversas aplicações dos conceitos estudados.

 

O que é um webinar?

Há diversos formatos de aulas online que podem ser chamadas de webinar. No entanto, o mais comum é que o webinar se caracterize por ser uma aula ao vivo, transmitida via ferramentas específicas para captura e streaming, utilizando uma webcam, pela qual o professor dá a aula interagindo com os alunos e utilizando capturas de telas, apresentações de PowerPoint ou outros recursos digitais, pela internet (algumas empresas transmitem via satélite).

Não vou me prolongar na definição por dois motivos: 1) Há diversas outras formas de realizar um webinar, com mais ou menos recursos; e 2) O que importa aqui é o efeito, o impacto, que essa estratégia causa nas iniciativas educacionais e não sua definição técnica.

Na prática, estamos falando de um meio termo entre a educação em sala de aula (presencial e síncrona) e o que o mercado se acostumou a chamar de e-learning (a distância, online e assíncrono).

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