O que podemos aprender com as pessoas amadoras

11/09/2017
Posted in Aprendizagem
11/09/2017 Felipe Menhem

O que podemos aprender com as pessoas amadoras

(Post atualizado em 13/09/2021)

Outro dia, na minha ronda pelo LinkedIn, vi um dos escritores mais influentes da plataforma comparando “profissionais e amadores”. Embora eu tenha entendido a intenção, mostrar que são duas posturas diferentes no ambiente de trabalho, ele pecou na abordagem, diminuindo o papel do “amador” e supervalorizando o papel do “profissional”.

Eu gostaria de discordar desse ponto de vista. Porque é injusto colocar a pessoa amadora como “ruim de serviço” e a profissional como “boa de serviço”. Para mim, a grosso modo, a diferença fundamental entre os dois tipo é se a atividade em questão é a fonte de renda da pessoa. Apenas.

Eu gosto muito da definição de “Amador” dada pelo escritor e artista Austin Kleon:

“Amadores são pessoas normais que ficam obsessivas a respeito de uma coisa e passam um tempão pensando alto sobre isso… O entusiasmo ‘cru’ é contagioso.”

Eu sou fotógrafo amador. Amo fotografia, pesquiso câmeras, técnicas, sites sobre o assunto. E muitas vezes empreguei mais paixão e dedicação ao assunto do que para algumas coisas profissionais.

O Marcos, por exemplo, é corredor amador. Estuda, se prepara, tem uma abordagem tática e técnica sobre a corrida. O fato dele não ser remunerado por isso não o desqualifica como um corredor. (Aliás, leia esse textaço da Aline Rabelo, corredora e escritora amadora, sobre corridas e preparação mental)

Ah, e como desqualificar o trabalho extraordinário feito pelos radioamadores durante o Furacão Harvey nos Estados Unidos?

Existem algumas outras coisas que eu gostaria de destacar:

Os amadores não têm medo de compartilhar seu aprendizado

Já percebeu os inúmeros sites e vídeos no estilo “Faça você mesmo”? As pessoas estão compartilhando o conteúdo como se todos nós fôssemos colegas na mesma sala.

A paixão por um mesmo assunto faz com que os amadores não tenham medo de compartilhar o que aprenderam, na esperança de receber mais aprendizado de volta.

O amador nunca dá nada por garantido

No espírito amador, a exploração é uma constante. Quais os novos limites a serem descobertos, quais as novas perguntas devem ser feitas? E se por um acaso, ela descobriu tudo sobre um assunto, qual é o próximo. O que vem depois?

Em nosso cotidiano, manter esse espírito é importante. Nos dá margem para achar novas soluções para problemas antigos e, porque não, novos problemas para serem solucionados também.

Abrace o desconhecido!

Finalmente, como diz Austin Kleon, “nosso dia a dia tem mudado em uma velocidade espantosa, e até para os profissionais, a única maneira de florescermos é mantendo o espírito dos amadores e abraçando as incertezas e o desconhecido.

De certa forma, o espírito explorador dos amadores seja uma boa resposta para o mundo complexo que vivemos. Abraçar o desconhecido, explorar possibilidades, compartilhar perguntas e respostas com outras pessoas. Além da aprendizagem, tudo isso nos ajuda também no desenvolvimento de habilidades importantes para os tempos atuais: comunicação, criatividade, colaboração.

Vamos colocar o espírito amador para funcionar?

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Comment (1)

  1. Ainda adicionaria algo: pessoas amadoras, por serem amadoras, muitas vezes encaram o “não saber” de forma mais leve, tornando o aprendizado mais fácil e o erro parte óbvia do processo.

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