O problema é a lata ou o dispenser?

11/12/2017
Posted in Trabalho
11/12/2017 Felipe Menhem

O problema é a lata ou o dispenser?

A história é a seguinte: Eu adoro Coca-Cola. E isso não é um post patrocinado, longe disso. Mas eu realmente adoro Coca-Cola. E adoro o fato que a minha geladeira tem um dispenser de latas. Coloco ali a minha cerveja preferida e, eventualmente, Coca-Cola. A lata padrão, de 350ml, não tão alta e mais gordinha.

 

Mas parece que a moda agora são essas latas mais altas e mais finas, que além de terem uma capacidade menor, ainda não cabem no meu dispenser de latas. Fiz até um vídeo no Instagram Stories para falar disso.

Quase que imediatamente, o Marcos respondeu à história e trocamos algumas mensagens sobre.

– “Uai, mas a culpa é da Coca ou da geladeira?

– É da Coca, que fez a lata fora do padrão habitual.

– Mas atualmente tá cheio de lata fora do “padrão habitual”, ué.

– Mais finas e da mesma altura, beleza. Mais finas e mais altas não é tão comum. Enfim.

– Eheheh… eu entendi a sua bronca, só não concordo muito. O problema é que, nesses casos, o design das latas é muito mais flexível para mudanças do que o da geladeira, que você não compra nova todo dia. Por outro lado, os latões, que existem provavelmente há mais tempo que a sua geladeira, são feitos no mesmo padrão de raio, mas não de altura. Entrando no universo das cervejas, principalmente importadas, esse padrão muda o tempo todo. 🙂

Uma discussão aparentemente inócua, convenhamos, mas que me fez pensar em algumas coisas.

A primeira dela é a questão da ótica. Obviamente, o problema e/ou a solução variam de acordo com quem vê. Eu acho que o problema são os fabricantes de bebidas utilizando latas “fora do padrão”. Mas, como bem pontuado pelo Marcos, o padrão mudou ou está mudando.

Tive que ir até o site da Abralatas, a Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alumínio para perceber isso. Segundo o relatório 2011 da Associação, “A participação dos formatos não tradicionais, ou seja, das latas diferentes do tamanho de 350ml, vem aumentando, ano a ano. Em 2005, elas representavam apenas 0,5% do total de embalagens vendidas no País. Hoje, com a boa aceitação por parte do consumidor, já ultrapassam 15% do volume total de latas de alumínio produzidas”. Ou seja, já vem mudando. Eu é que parei no tempo.

Latas Fabricadas no Brasil – Cortesia: abralatas.org.br

O outro ponto exige uma analogia. Já parou pra pensar que as latas de alumínio podem ser experiências de aprendizagem e o meu dispenser são as nossas necessidades de aprendizagem. Ou algo do tipo. O meu ponto é que talvez estamos presos em coisas que damos como garantidas, seja na forma, na necessidade ou no conteúdo quando todo o ambiente está em constante mudança.

O que a gente pode fazer para acompanhar essa movimentação? A sociedade, os meios, os nossos desejos e necessidades, tudo está mudando muito rápido. Não dá para ficar parado, olhando para a minha própria plataforma ou necessidade, imaginando que todo o conteúdo precisa se adaptar ao que eu quero/tenho, quando na verdade eu estou datado. De vez em quando, é hora da gente olhar para o que está disponível e se adaptar.

Voltando à analogia da latinha e do dispenser, eu ainda vou encontrar latinhas que caibam ali. Mas preciso olhar também para as outras latas e ver que várias vão ser adequadas para as minhas outras necessidades: talvez tenha mais gente em casa, talvez eu não esteja com tanta sede assim.

A mesma coisa deve ser feita para o treinamento. Faz sentido?

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