Filosofia e resultados nas empresas: como fazer essa equação fechar?

15/08/2018
Posted in Trabalho
15/08/2018 Felipe Menhem

Filosofia e resultados nas empresas: como fazer essa equação fechar?

Matéria interessante no quartz fala sobre a relação entre a aprendizagem de ciências, tecnologia, engenharia e matemática – a famosa STEM – e… filosofia. Sim, você leu certo: filosofia. É o que diz um estudo super embasado da Education Endowment Foundation, organização inglesa cujo objetivo é  diminuir as diferenças entre a renda familiar e o desempenho escolar.

Mais de 3 mil crianças em 48 escolas da Inglaterra participaram da pesquisa, que envolveu discussões sobre conceitos como verdade, justiça, amizade e conhecimento. Durante as discussões havia tempo para reflexão em silêncio, formulação de perguntas e construção de conhecimento em cima de perguntas e respostas dos colegas. Os resultados foram impressionantes: as crianças que participaram do programa aumentaram suas notas em matemática e literatura no equivalente a dois meses de aulas, embora o curso não tenha tido esse objetivo. Entre os alunos de baixa renda, o resultado foi ainda mais relevante: as habilidades de leitura aumentaram em quatro meses, matemática em três meses e escrita em dois meses. Os professores também relataram um impacto positivo na confiança dos alunos e na capacidade de ouvir os outros.

É um caso muito legal e é mais uma prova da importância das habilidades sociais. A gente fala disso há um tempo: desde a própria filosofia e a automatização dos trabalhos, passando pela resolução de problemas de forma criativa e pelo pensamento crítico. Há uma demanda e uma urgência em estimular esse tipo de habilidade não só nas crianças e jovens, mas também nos profissionais de hoje.

A capacidade de pensar sozinho, analisar as coisas ao redor, construir em conjunto com outras pessoas são diferenciais na relação entre pessoas no ambiente de trabalho e também para lidar com os desafios da automação, da inteligência artificial e dos algoritmos que nos rodeiam.

A questão fica em como trabalhar essas questões no ambiente profissional. Cursos, workshops, e-learnings? Qual é a melhor maneira de abordar isso? Pessoalmente, adoraria ver uma formação sobre filosofia e sociologia nas empresas, mas como falamos no post sobre filosofia, ainda é preciso entender que essas habilidades requerem tempo para articular pensamentos e ponderar pontos de vistas distintos. E também é preciso formar educadores e espaços que estimulem essa prática. Como encaixar essa demanda em uma época cada vez mais carente de tempo?

Fica a pergunta para vocês. 🙂

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