Me deparei com esse artigo de Brad Grissom na CMS Wire sobre “proficiência digital” e as razões para algumas tecnologias não “vingarem” no ambiente de trabalho. Provavelmente já perdi a conta de quantas histórias similares eu vi e ouvi sobre isso.
Você também deve ter histórias sobre novas tecnologias quem deram errado no seu trabalho. Um programa ou aplicativo pensado para trazer produtividade, dinamismo, interação e que teve resultados exatamente opostos. Não estamos sozinhos, naturalmente. E veja, não raro recebemos pedidos de orçamento para produzir algum conteúdo que resolva o problema de baixa utilização de algum software e/ou app que foi implantado nas organizações.
(Aliás, lembrei bastante do nosso post sobre o círculo vicioso do treinamento).
Mas, o que é a proficiência digital?
Segundo Grissom, proficiência digital é a “medida da capacidade de uso das tecnologias digitais para o seu benefício”. E para ele, podemos aplicar os três níveis de letramento utilizados na linguística: alfabetização, fluência e domínio.
Quando somos alfabetizados, aprendemos a ler e escrever – a produzir e consumir – naquele idioma. Essa é a fundação do processo. Por exemplo, se sua empresa está implementando uma solução para marcar reuniões, seria começar a utilizar a ferramenta ao invés de mandar um e-mail solicitando um horário. É o básico, mas não é o suficiente. Grissom defende que precisamos dar o segundo passo.
A fluência é o estágio onde as coisas ficam mais naturais e é o desejado para a maioria dos usuários. Conseguimos usar a habilidade de uma maneira mais intuitiva e sem precisar pensar muito em como/o que fazer. Agora, você já utiliza a ferramenta para marcar reuniões, sabe que seus colegas usam e pode confiar na informação que está lá. Mais do que isso, o processo é mais simples e você também coloca os horários que você não está disponível.
Por último, existe o domínio da proficiência digital. Aqui, é levar a tecnologia para um novo patamar, provavelmente não imaginado por quem a desenvolveu. É um trabalho para poucas pessoas, e que necessariamente precisa passar pelas duas etapas anteriores. Como diz o chef de cozinha Daniel Humm, “você tem que entender as regras fundamentais antes de quebrá-las”. Em nosso exemplo, seria programar o sistema para te avisar a disponibilidade de alguma pessoa ou sala de reunião e te lembrar alguns outros compromissos.
Ok, e agora?
Vale ressaltar que o proficiência digital é uma habilidade importante para a tão falada transformação digital. O seu desenvolvimento passa pela escolha de boas soluções tecnológicas, que ajudam no dia a dia da sua organização e que sejam fáceis de usar e intuitivos, fruto do bom trabalho de designers e programadores. Mais do que isso, passa principalmente por questões da cultura organizacional e de estudo do cenário onde a tecnologia será utilizada. Como falamos, um computador ou um novo software por si não garante nada, pelo contrário.
Por isso, na hora de fazer essa implementação, entenda quem precisa ser alfabetizado, ser fluente e dominar a tecnologia, coloque contexto na aplicação e no treinamento e estimule a troca de experiências entre as pessoas do seu time. Isso ajuda também a orientar os treinamentos e implantar um mindset digital na organização.
No próximo post, vou falar sobre quando eu não fiz isso. 😉
Até mais!