Os Stonehenges de todo dia

27/10/2020 Felipe Menhem

Os Stonehenges de todo dia

Sabe quem descobriu que o Stonehenge, o monumento que ilustra esse texto, um dia foi um círculo perfeito? Um dos jardineiros do monumento.

Talvez você conheça essa história, ela é velha. Mas descobri isso ontem, acompanhando a lista que criei no twitter para acompanhar pessoas que falam sobre treinamento, desenvolvimento e aprendizagem. Alguém da lista tuitou sobre esse post de 2014 escrito pela “Dangerous Meredith”, que fala dessa descoberta sob a perspectiva da comunicação no ambiente de trabalho. Tema manjado? Talvez, mas super importante.

Tim Daw, o jardineiro, percebeu a forma enquanto fazia seu trabalho. Uma mangueira de irrigação ficou curta, ele não conseguiu irrigar uma das partes quebradas do monumento e isso fez com que marcas marrons aparecessem e completassem o círculo. Para ele, foi um daqueles momentos “eureka”. Depois que comunicou a descoberta, arqueólogos e pesquisadores chegaram para confirmar a hipótese com seus estudos e drones.

“Eu continuo impressionado e muito feliz, pois simplesmente olhar pra algo que milhares de pessoas olham, pode revelar segredos que máquinas sofisticadas não conseguem”, disse Daw na época.

É muito legal pensar nesse caso, porque vemos discussões extensas sobre “criação de cultura”, “comunicação clara”, “transparência” nos ambientes de trabalho e raramente vemos isso na prática. O caso do Stonehenge é a prova contrária. É um caso do que a autora define como “cair numa piscina de conhecimento e permitir que acidentes ‘felizes’ aconteçam”.

Essa piscina de conhecimento é a síntese desses quase dois meses de rodagem do Núcleo de Aprendizagem Ágil na Concert. E é o que acontece nas edições da Aprendizagem Ágil promovida pelo ALC São Paulo. Todo mundo tem voz e é ouvido, independente de onde esteja no organograma. E isso permite que os acidentes felizes aconteçam.

Não é fácil criar esses espaços. Como toda cultura, a da aprendizagem precisa quebrar barreiras na organização para que ela cresça e se estabeleça. Depende do fornecedor, claro, provendo ferramentas e conhecimento. Depende das forças internas da organização pra construir essa cultura de escuta e acolhimento: principalmente o envolvimento da liderança para validar e estimular o programa, entender que aprender é trabalhar e trabalhar é aprender e abrir espaços nas agendas para a aprendizagem.

Esse caldeirão de coisas é que acaba permitindo pensamentos laterais, conexões improváveis e crescimento coletivo. Na Concert, aos poucos tem funcionado.

Mas imagine quantos pequenos mistérios do Stonehenge não estão para serem resolvidos nas organizações?

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Comment (1)

  1. Aparecida Lacerda

    E o potencial de pequenos mistérios insolúveis que se criam todo dia nos “processos burocráticos”, hierarquias, assuntos privados, etc e etc
    Hein?
    A gente inventa ocupação e dificuldade. E fica sem descobrir os mistérios com o colega do lado

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