Crayons | AlaitzZabaletaSarobe
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Você sabe resolver problemas de forma criativa?

Dias atrás, falamos sobre a importância de desenvolvermos o pensamento crítico e como ele é uma habilidade fundamental nas organizações de hoje e do futuro. Hoje, vamos abordar rapidamente uma outra habilidade super importante: a Resolução de Problemas de forma criativa.

De primeira, não estamos falando sobre algo inédito. No entanto, essa “nova” resolução de problemas traz novos elementos para a equação, juntando elementos como o trabalho em equipe e o já falado pensamento crítico. Esse assunto foi tema de um painel interessantíssimo no SXSW EDU esse ano e que comentamos em um dos nossos vídeos (a partir dos 12 minutos).

O estudo feito pela Adobe traz dados interessantes sobre a correlação entre aprender essa habilidade, o sucesso no ambiente de trabalho ou, mais grave, a manutenção do seu posto de trabalho. Afinal, 75% dos educadores e legisladores nos Estados Unidos afirmam que profissões que necessitam desta forma de resolução de problemas não deverão ser afetadas no futuro. Existem outros dados interessantes na pesquisa e nós recomendamos a leitura.

Além disso, há a abertura para uma discussão interessante sobre o conceito de criatividade. Antes, a criatividade era interpretada como um “dom” de poucas pessoas gênias: artistas, cientistas, inventores e inventoras. Essa é a chamada “criatividade radical”. Hoje, a criatividade é considerada uma habilidade,  que pode ser desenvolvida e estimulada e que foi chamada de “criatividade incremental”. Certamente é menos chamativa, mas é a forma que a grande maioria de projetos precisam continuar para prosperar. E ela vem da experiência, da tentativa e erro e da observação.

Ou seja, todos nós somos criativos em nosso trabalho, seja ele qual for. E curiosamente, observe abaixo os sete estágios da resolução de problemas de forma criativa e veja como passamos por todos eles em diversas situações do nosso dia a dia:

  1. Aceitar a situação;
  2. Analisar;
  3. Definir;
  4. Idealizar;
  5. Selecionar;
  6. Implementar;
  7. Avaliar;

Não é interessante? Podemos estar praticando, porém de forma não sistematizada. Existem diversas formas de estimular a resolução criativa de problemas: cursos, workshops, trabalhos em equipe. As possibilidades são muitas e falaremos delas em breve. Por ora, gostaríamos de perguntar: como você aplica sua criatividade na resolução de problemas?

Deixe a resposta aí nos comentários!

Messi x Cristiano Ronaldo - Getty Images
Messi x Cristiano Ronaldo - Getty Images

Messi ou Cristiano Ronaldo, quem você colocaria na sua equipe?

É época de Copa do Mundo! Os melhores jogadores estão em campo na Rússia e esse momento vira o ápice daquela discussão eterna entre os amantes do futebol sobre quem é o melhor jogador. Mais especificamente, Messi ou Cristiano Ronaldo.

E a essa altura, você já deve ter escutado aquele áudio com uma defesa apaixonada do Cristiano Ronaldo. O autor enumera diversas qualidades do jogador português entre palavrões e xingamentos direcionados ao um amigo que é fã de Lionel Messi. Se você não ouviu, compartilhamos abaixo e sem palavrões.

O rapaz está exaltado e claramente o áudio tem um viés. Mas seus argumentos proporcionam uma discussão interessante para a nossa realidade. No mundo corporativo, qual é o melhor perfil? Estamos falando de dois jogadores excepcionais e com estilos de liderança diferentes. Dada a quantidade de títulos e prêmios que os jogadores e seus clubes – Barcelona e Real Madrid, respectivamente – ganharam, pode-se dizer que as duas abordagens têm sucesso comprovado.

Lionel Messi joga no meio-campo e por isso passa bastante, mas também é famoso por “pegar a bola lá trás e vir driblando todo mundo”. É mais tímido, bem menos expansivo, têm dificuldades em momentos de pressão, quando é o destaque da seleção argentina, por exemplo.

Já  Cristiano Ronaldo é atacante, por isso passa menos a bola, mas tem a capacidade de “influenciar no jogo, nos seus companheiros, positivamente” e “convence qualquer pessoa de que ela pode ser o Ronaldinho Gaúcho” para que ele seja a estrela. É expansivo e não tem problemas em ser o destaque da seleção portuguesa.

Se o áudio for somente a base de argumentos, o Cristiano Ronaldo seria a escolha ideal se você for pensar no resultado para o time. Por outro lado, nem todos lidam bem com egos inflados e preferem alguém que faça o trabalho muito bem feito e sem muito alarde.

Queremos ouvir de vocês. Eles teriam lugar na sua organização? Qual perfil se adequaria mais ao seu ambiente de trabalho, com qual perfil se adequaria mais ao seu estilo sendo seu líder ou seu liderado? Pense um pouquinho e compartilhe com a gente!

 

Porque investir na formação das pessoas traz resultados

No fim de maio, o Walmart anunciou que irá pagar para que seus empregados nos Estados Unidos busquem um diploma de ensino superior, com algumas restrições. Estamos falando de uma política da empresa para 1,4 milhão de pessoas.

Vai funcionar dessa forma: O diploma precisa ser em alguma área de negócios ou cadeia de suprimentos em uma das três escolas selecionadas pela empresa, Universidade da Flórida, Universidade Brandman, na Califórnia e a Universidade Bellevue, em Nebraska. Elas foram selecionadas pela ênfase no ensino para adultos e o Walmart irá pagar por custos como mensalidade, material didático e taxas, eliminando a necessidade dos alunos pegarem algum tipo de empréstimo. Em troca, os empregados irão pagar um dólar por dia para o Walmart como forma de co-participação e não há necessidade de ficar na empresa após a conclusão do curso.

A matéria do The Atlantic traz pontos interessantes sobre essa decisão.

Do ponto de vista corporativo, esse movimento – que pode até ser visto como uma ação de relações públicas – mostra a dificuldade das empresas no recrutamento e retenção de pessoas qualificadas, especialmente em um cenário onde a economia está melhorando. Além disso, há fortes indícios de que esse investimento traz retornos.

Prova disso são os resultados da Cigna. Em 2016, a empresa de seguros e benefícios, registrou um retorno de investimento de 129% em um programa similar ao da Walmart entre 2012 e 2014. Isso significa que para cada dólar que a empresa gastou na educação de uma pessoa, ela não apenas ganhou esse dinheiro de volta, mas economizou US$ 1,29 em custos de gestão de talentos. Além disso, aquelas pessoas que participaram do programa viram seus salários aumentarem em 43% nesse período em comparação com seus colegas que não o fizeram. E finalmente, o turnover caiu 8%.

Sob a ótica acâdemica, esse tipo de iniciativa também é importante porque mantém o ensino superior relevante e conectado com as demandas do mercado e com as necessidades da força de trabalho. Esse foi o tema de um dos painéis do SXSW EDU esse ano, o Reinventando a Educação Corporativa, com profissionais da Boeing, MIT e EDx. A companhia aeroespacial se juntou ao MIT para fazer a formação dos seus empregados e tentar cobrir as lacunas de habilidades e aprendizagem necessárias. Conforme falamos em nosso texto sobre currículo, a graduação pode não ser uma credencial relevante no futuro. Quais serão as outras credenciais? E como a universidade pode ajudar nessa formação?

E claro, por último mas não menos importante, a diferença que esse investimento faz na carreira e, principalmente, na vida das pessoas. Em um cenário onde o mercado de trabalho e as habilidades necessárias para ele estão em constante mudança, o benefício dessa ação está não em conferir títulos, mas em elevar a capacidade das pessoas. No meio do caminho, reforça a importância da autonomia no processo de aprendizagem e na busca por novos conhecimentos.

Afinal, nunca é tarde para aprender uma nova habilidade, não é verdade?

 

VBA437162 Letter to Ludovico il Moro from Atlantic Codex (Codex Atlanticus) by Leonardo da Vinci, folio 1082 recto by Vinci, Leonardo da (1452-1519); Biblioteca Ambrosiana, Milan, Italy; (add.info.: The Codex Atlanticus is the largest collection of Leonardo da Vincis papers. Originally gathered together by the sculptor Pompeo Leoni, it is bound in twelve volumes. Its name refers to its large size, being comparable to an atlas.); De Agostini Picture Library Metis e Mida Informatica / Veneranda Biblioteca Ambrosiana; PERMISSION REQUIRED FOR NON EDITORIAL USAGE; Italian,  out of copyright

PLEASE NOTE: Bridgeman Images works with the owner of this image to clear permission. If you wish to reproduce this image, please inform us so we can clear permission for you.
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O futuro do CV

Uma das nossas fontes de inspiração e referência é o Quartz, uma das publicações eletrônicas mais legais em nossa opinião. Recomendamos especialmente o Daily Brief, a newsletter diária e o Obsessions, o e-mail que esmiuça um tema apenas, seja ele qual for.

Um desses e-mails falou sobre o velho e bom Curriculum Vitae. Nossa história profissional resumida em uma (ou algumas) página(s) completa 500 anos. O primeiro CV da história é atribuído a Leonardo da Vinci, que em 1482 escreveu sobre suas habilidades ao Duque de Milão.

Seja um PDF ou um perfil no Linkedin, um CV conta toda a história profissional de uma pessoa, o que é útil naturalmente. No entanto, ele é falho em pontos cruciais: 1) Não traz absolutamente nenhuma informação sobre personalidade e habilidades sociais da pessoa; 2) Informações como gênero, estado civil, endereço e formação podem servir como ofensores, intencionais ou não.

Sobre o primeiro ponto, aparentemente todas as pessoas têm as qualificações e habilidades sociais necessárias. Afinal, chovem características como “direcionado a resultados”, “excelente no trabalho em equipe”, “pessoa agregadora”, quando na prática, a história é outra. Na imensa maioria das vezes essas são frases clichê e não refletem a maneira que a pessoa trabalha. Por isso, existe uma discussão sobre novas práticas de recrutamento e seleção nas empresas, para garantir um índice maior de acerto nas contratações.

Sobre o segundo ponto, pelo menos para nós, fica cada vez mais claro que essas informações não importantes. Para muitas funções, o trabalho remoto é uma realidade. Formação escolar e acadêmica são o meio para um fim. Ou seja, não podem ser mais importantes do que a experiência profissional. (Outro excelente texto do Quartz sobre isso).

Quando falamos sobre ocupar uma vaga, gênero, orientação sexual e estado civil são relevantes na criação de um ambiente de trabalho diverso e multicultural. Já falamos algumas vezes por aqui sobre a importância da diversidade tanto para o negócio quanto para o indivíduo. Infelizmente, não é assim que as coisas acontecem.

Na imensa maioria das vezes, essas informações são utilizadas contra as pessoas que se candidatam. Formação acadêmica pode virar um selo de classe, a mulher casada pode perder a vaga porque pode engravidar, na escala de privilégios o homem branco ainda está na frente e pessoas trans ainda batalham por espaço nos ambientes de trabalho mundo afora. Nesse ponto, é preciso uma mudança de mentalidade nas organizações e programas feito o Enegrecer, o recrutamento expresso feito pela ThoughtWorks.

E aí, o Curriculum como conhecemos perde força, sendo uma ferramenta do século passado. Afinal, também imaginamos que ele vai evoluir para algo mais informações (e que serão bem mais úteis) do que o modelo atual, possivelmente verificadas através do blockchain e que integre informações de plataformas feito linkedin e github. Não irá resolver todos os problemas do recrutamento, mas pode ajudar um bocado.

E pra vocês? Qual é o futuro do Curriculum Vitae? Conta pra gente!

Agradecimentos ao Fabio Mariano pela troca de ideias na construção desse texto.

Vídeo – Desenvolvendo o Pensamento Crítico

Mais do que nunca, o desenvolvimento de certas habilidades sociais tornou-se uma necessidade em nossa vida pessoal e profissional. São elas: a resolução de problemas de forma criativa, o trabalho em equipe e o pensamento crítico.

Nesse vídeo, falamos sobre a importância do pensamento crítico e damos quatro dicas para desenvolvê-lo em nosso dia a dia.

  1. Faça perguntas básicas

  2. Não de nada como garantido

  3. Analise os dados

  4. Conheça seus padrões de pensamento

Discussion | Flickr - gato_gato_gato cc_by_2.0
Discussion | Flickr - gato_gato_gato cc_by_2.0

Afinal, ainda existem os estilos de aprendizagem?

Somente para nos fazer pensar um pouco, o The Atlantic fez uma matéria super interessante sobre o “mito” dos estilos de aprendizagem. Ela propõe discutir se ainda é válida a teoria popular de que as pessoas têm estilos de aprendizagem e no modelo VARK, desenvolvido nos começo dos anos 90 pelo professor neo-zelandês Neil Fleming. A resposta é direta: não.

VARK – acrônimo de Visual, Aural, Read/Write e Kinesthesic – identifica qual é a melhor forma de aprendizagem de uma pessoa: visual, auditivo, leitura/escrita ou cinestético. Esses questionários são o sonho de qualquer educador ou provedor de conteúdo. Imagine customizar a experiência para cada pessoa de modo que ela aprenda mais rápido?

No entanto, segundo a matéria, pesquisas recentes indicam que não é assim que as coisas funcionam.

Primeiro, um estudo feito por Polly Husmann, professora da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos. Nele, 426 alunos e alunas fizeram o teste VARK e, baseado em seus resultados, receberam dicas de estudos relacionados ao estilo de aprendizagem. A conclusão? As pessoas não estudavam de uma forma que se relacionava ao seu estilo e, aquelas que adaptaram o estudo não tiveram melhoras nas provas.

Outro estudo, este publicado em 2017 no British Journal of Psychology, descobriu que estudantes que preferem aprender de maneira visual pensam que podem lembrar melhor de imagens, ao passo que aqueles que aprendem verbalmente acham que lembram melhor de palavras. Porém, essas preferências não tiveram correlação com o que lembraram no final: palavras ou imagens. Nesse caso, “estilo de aprendizagem” significou que os alunos gostam mais de imagens ou palavras, e não que elas funcionem melhor para suas memórias.

Em um contraponto, um paper do Journal of Educational Psychology mostrou que aquelas pessoas que aprendem de forma visual tiveram melhores resultados em testes de leitura e testes auditivos. Os autores concluíram que os professores devem parar de tentar direcionar algumas lições para “aprendizes auditivos”. “Educadores podem estar prestando um desserviço aos aprendizes auditivos acomodando continuamente seu estilo de aprendizagem auditivo, em vez de se concentrarem em fortalecer as habilidades visuais dos seus alunos”, foi a conclusão.

E o que isso tem a ver com a gente?

Bem, muita coisa. Como falamos acima, em qualquer experiência de aprendizagem que desenvolvemos, seja um e-learning ou uma dinâmica em um evento, queremos (ou precisamos?) fazer com que o conteúdo atinja todas as pessoas. Se for de maneira personalizada, ainda melhor.

No entanto, não depende só da boa vontade. Se as pessoas já têm seus hábitos e práticas de estudo e aprendizagem já formados e isso é difícil de quebrar, as organizações também têm seus ambientes, políticas e condições. Os projetos têm limitações.

Por isso, considerando o cenário que a matéria nos traz, onde todo mundo consegue pensar e aprender em palavras e imagens, é muito melhor afirmar que todos nós temos uma caixa de ferramentas de “maneiras de pensar” e que vamos escolher a melhor maneira de usar as ferramentas.

Dessa forma, enquanto criadores e curadores de conteúdo, a melhor solução é dar opções e recursos para que as pessoas façam a imersão no conteúdo, cada uma a sua maneira. Afinal, o foco no material a ser estudado ainda é a coisa mais importante, segundo Polly Husmann.

Ah, uma mea-culpa: assim como no texto, eu achei que não entendi nada de química no ensino médio porque tinha um estilo diferente de aprender. Na verdade, foi desinteresse mesmo.

O artista e o produto final | Foto: Carol Boaventura
O artista e o produto final | Foto: Carol Boaventura

Aprendizado de bandeja

Prólogo

Eu tenho vivido um bloqueio criativo. Um grande bloqueio criativo. Minto, um imenso bloqueio criativo. Tenho algumas boas ideias, mas não consigo colocá-las pra frente.

A imensa carga de trabalho atual é uma das grandes culpadas. Não que eu esteja reclamando de trabalho, inclusive podem entrar em contato pra gente conversar sobre projetos super legais de educação, mas é natural que eles drenem parte da energia. A outra coisa é tentar coordenar isso tudo com a reforma em casa. No fim do dia, estou sem tempo, paciência e energia para ler, pesquisar, produzir vídeos, enfim, fazer qualquer coisa criativa relacionada ao trabalho ou não.

Na noite de sexta, compartilhei essa angústia do bloqueio criativo no linkedin e as formas de superá-lo e tive algumas boas respostas: viajar para um lugar e observar, fazer uma atividade diferente do dia a dia, correr um pouco.

No sábado, eu e Carol, minha esposa, viajamos para Cunha, no interior de São Paulo. Meu tio tem um sítio lá e é sempre uma boa oportunidade para uma descompressão. É um lugar lindo, longe da cidade e sem acesso à internet. Levamos as cachorras, dormimos, comemos e corremos.

Aproveitei para fazer a primeira incursão em algo novo: a marcenaria. Sempre gostei da ideia de trabalhar com madeira e a oportunidade de trabalhar na WorldSkills aumentou isso de maneira absurda. O fato é que meu tio tem uma pequena oficina no sítio e eu aproveitei para colocar a mão na massa. Com a sua supervisão e tutoria, eu fiz uma bandeja de pinho. Demorei umas dez horas, me cortei algumas vezes, mas foi uma das experiências mais legais de todos os tempos. E eu queria compartilhar alguns ensinamentos com vocês.

O primeiro deles: Destravou parte do bloqueio criativo

Fiquei completamente focado durante o processo de construção da bandeja. A medida que o projeto avançava, comecei a pensar nas histórias que poderia contar, nos processos que estava passando. Era uma forma de abrir a cabeça e deixar ideias irem e virem.

Planejamento é importante

 

Tinha o desenho e o processo na minha cabeça, “culpa” das centenas de vídeos que já vi sobre o assunto. Mais do que isso, organizar os passos e procedimentos do projeto e da área de trabalho ajudam demais. Não adianta você pensar na alça da bandeja se você não sabe como vai encaixar o fundo. Isso leva ao tópico seguinte e também nos ensina uma velha lição: o planejamento pode ser um pouco demorado, mas isso será compensado no longo prazo.

A tutoria também é super válida

É claro que é possível aprender sozinho e de maneira empírica. Os vídeos de marcenaria que vi na internet são a prova disso. Conceitualmente eu sabia o que fazer. Porém, a tutoria de um profissional experiente – meu tio, no caso – fez com que a curva de aprendizagem fosse mais rápida. Comecei nos cortes mais simples, como o corte transversal, e fui passando para as coisas mais complexas.

Aprendi várias coisas que aqueles vídeos não mostram ou não dão importância. Exemplos? Cuidados para se usar a serra tico-tico ou o trabalho absurdo – e nada glamouroso – de aplainar e lixar a madeira.

Para nós que trabalhamos bastante com e-Learning, vale a reflexão para a profundidade e o contexto dos conteúdos quando não há tutores envolvidos. (Aliás, já viu o nosso texto sobre camadas de público?)

Os percalços foram os esperados

Esse serviu como uma adequação de expectativas. Eu imaginava que teria problemas com o uso da serra tico-tico na minha mão. Foi difícil controlar potência, caminho e curvas da serra na madeira. O resultado foram alças ligeiramente assimétricas. De qualquer maneira, começar uma atividade já sabendo quais são os seus gaps (e claro, identificá-los ao longo do caminho) faz com que você entenda onde você está e onde você precisa chegar. Por isso…

Aproveite o caminho

Aprender uma nova atividade é uma maneira absurda de colocar em prática diversas habilidades sociais: empatia, resolução de problemas, trabalho em equipe. Iria demorar três vezes mais se fizesse sozinho e sem ouvir os mais experientes. E, claro, comprova que quanto mais sabemos, menos sabemos.

Foi uma experiência interessantíssima, porque tive a oportunidade de trabalhar com algo que sempre me fascinou, consegui desenvolver novas habilidades e foi uma maneira incrivelmente terapêutica de quebrar o meu bloqueio criativo. 🙂

O artista e o produto final | Foto: Carol Boaventura

SXSW Interactive 2018 – Dia 1

Começa a parte 2 da nossa jornada. É hora do primeiro dia do SXSW Interactive 2018. Um festival desse tamanho faz com que cada um tenha o seu recorte e as suas impressões. O nosso recorte acabou sendo social e político, com base no que vimos neste primeiro dia. Da conversa de Bernie Sanders com o Jake Tapper, jornalista da CNN, até a internet e nossos direitos, passando por Ezra Klein, editor-geral do Vox.com.

Sanders falou sobre o colapso da classe média americana, sobre o risco da desregulamentação dos grandes bancos, visto como irresponsável se considerarmos que são os mesmos envolvidos na crise de 2008, até as constantes tentativas de Donald Trump para dividir a população.

“Até os presidentes mais conservadores, tipo o George W. Bush, perceberam que é importante unir a população. Não importa quem sejam as pessoas, todos têm que ficar juntos”, disse Bernie.

Ezra Klein falou sobre o estado atual das coisas. O jornalista comentou sobre as nossas motivações e questionou se as nossas e as da mídia, do mercado e afins estão erradas. Embora não tenha respostas, Klein acha que para “acertar” as motivações, precisamos olhar para o sistema e não para as pessoas envolvidas.

Marcos viu uma palestra sobre globalização e internet e a discussão sobre manter a internet como algo internacional e não interno. Também foi discutida a questão da privacidade e a responsabilidade de plataformas na divulgação de crimes e mensagens de ódio.

Para fechar em ordem não-linear, vimos a keynote de Esther Perel, que falou sobre relacionamentos e sobre as nossas buscas. Olhamos e esperamos que o outro lado sempre nos complete e oriente e isso consome tempo, energia e não é tão saudável. Foi interessante colocar esse tema como o principal do dia, especialmente pela provocação de que eventos de tecnologia fazem “moon shots” (aqueles projetos ambiciosos) para tudo, menos para relacionamentos.

Chegou a hora do SXSW!

Chegou a hora! Amanhã, embarcamos para Austin para participarmos do SXSW EDU e o SXSW. No espírito das últimas semanas, vamos pesquisar tendências, novidades e discutir um pouco sobre educação, tecnologia e futuro do trabalho.

Nossas agendas

Para começar, confira as palestras e painéis que selecionamos para o SXSW EDU, que começa na segunda, dia 5 de março e vai até quinta, dia 8.

Como posso acompanhar a cobertura do SXSW?

  1. Ao longo do dia, imagens e drops de conteúdo em nosso Instagram Stories e Twitter.
  2. No Facebook, faremos uma live todos dias às 21h30 no horário de Brasília, onde iremos discutir o dia e interagir com vocês.
  3. Finalmente, um post ou vídeo mais completo em nosso site.
  4. Além disso, teremos uma lista de discussão no whatsapp com anúncios em primeira mão e interação. 

Acompanhe a gente e contribua com a discussão!