O primeiro happy hour do SXSW EDU 2016 | Felipe Menhem
O primeiro happy hour do SXSW EDU 2016 | Felipe Menhem

E como faço esse tal network?

Confesso, esse não foi um post fácil de escrever. Nunca me achei bom de network, sempre me sentia um pouco deslocado em eventos com várias pessoas desconhecidas. E, bem, não preciso dizer como foi esquisito chegar no SXSW pela primeira vez, correto? Especialmente em um local onde conhecer pessoas é um componente super importante. Mas, sobrevivi e nesse post eu vou te contar como. Prometo que vai ser rápido.

Quando falamos de se misturar e fazer network, imagino que diversos eventos devam seguir a mesma tônica do SXSW. Centenas de pessoas num mesmo ambiente, algumas acompanhadas de amigos e colegas de trabalho, outros sozinhos, mas que se deslocaram até ali para o mesmo objetivo: aprender coisas e trocar experiências. E você precisa conversar com as pessoas para atingir essa meta. Como? Atuando em duas frentes.

Postura

Pequena história: Em 2016, cheguei super tímido ao primeiro happy hour oficial do SXSW EDU. Tentava me esconder atrás da garrafa de cerveja ou me camuflar junto dos banners, tamanho o desconforto. Acho que deu “certo”, porque não conversei com ninguém. Tirei uma lição dali: Não se esconder já ajuda muito. Nos momentos seguintes, comecei a ficar mais solto e as coisas começaram a fluir melhor.

Ou seja, toda hora alguém vem conversar e qualquer local serve para trocar uma ideia, seja num elevador, em uma fila para um painel e especialmente nos happy hours. Nessas conversas, comecei a conhecer projetos legais e pessoas das mais diversas. De bibliotecas para crianças em barbearias de Nova York e projetos de inclusão da IBM usando tecnologia de ponta até o americano filho de mãe baiana que trabalha com edtechs.

Todos estão no mesmo barco ali e é questão de aproveitar.

Seja “cara de pau”

Essa seria a parte “inversa” do primeiro ponto. Os festivais tem uma rede social para conectar os participantes. Comecei a usar e abusar do espaço, identificando pessoas que têm projetos e interesses similares ou podem ser o caminho para um projeto novo. Tendo uma resposta, basta achar um espaço em comum na agenda e marcar um café breve, de uns 20 minutos no máximo. Como todos têm coisa para ver e pessoas para conhecer, não é bom ocupar o seu tempo e o tempo do outro.

Ah, uma última dica. Reserve na sua programação um horário e um local para esses encontros que acontecem ao longo do dia. Para mim, funcionou usar o Centro de Convenções ou o hotel Hilton, do outro lado da rua. Dessa forma, ninguém perdia muito tempo deslocando e todos ficavam felizes.

🙂

 

 

Os três níveis de público da CIA
Os três níveis de público da CIA

SXSW: Aplicando os aprendizados

Já deu pra perceber que estamos no aquecimento para o festival, correto?

Uma das perguntas que a gente mais escuta sobre o SXSW é se realmente dá pra aprender alguma coisa ou tudo ali é baseado no “oba oba”. A resposta generalista é “sim”. Dá pra fazer as duas coisas, embora eu não ache que a segunda opção sozinha seja recomendável, dado o investimento feito para estarmos lá.  😉

(Só para explicar: dentro da regra “cada um faz o seu festival”, os aprendizados não estão necessariamente nos painéis. Se você trabalha com eventos e montagens, por exemplo, vai querer ver todas as casas montadas por patrocinadores e marcas diversas. Enfim, isso é um outro papo).

Mas sim, dá para aprender muita coisa. Melhor, é possível aplicar esses aprendizados no dia a dia, seja no viés conceitual ou prático. Um exemplo simples vem da palestra “Apenas para os seus olhos: Comunicando segredos na CIA“, que assisti em 2016.

O time de redes sociais da CIA identifica e divide o público em três categorias de profundidade. Quem faz espuma (Skimmers), quem nada (Swimmers) e quem mergulha (Divers). Para o primeiro grupo, a história tem que ser contada em poucos tweets, com fotos ou gráficos. Os nadadores querem um link para o site da CIA, onde estará toda a história. Finalmente, para os mergulhadores, as histórias precisam de uma leitura complementar: artigos, textos e afins.

Os três níveis de público da CIA

Tal e qual, essa é a forma como a gente faz curadoria e criação de conteúdo para os nossos projetos. Um cruzamento entre a necessidade do público, a complexidade dos temas a serem tratados e o grau de entendimento necessário. Não tínhamos uma classificação tão simples feito essa da CIA, mas o exemplo dela esclarece bastante o processo.

Esse pequeno caso mostra como os aprendizados acontecem no SXSW. E sempre tem mais por vir.

E 3rd Street, Austin | Arquivo Pessoal
E 3rd Street, Austin | Arquivo Pessoal

SXSW: O planejamento da agenda

O planejamento é um dos exercícios mais árduos de uma ida a um evento. E além das passagens aéreas, reservas de hospedagem e afins, o que mais vai te tomar tempo e sono é fazer a sua agenda. Isso fica ainda pior quando falamos de SXSW

Comecei a montar a minha agenda enquanto relia o que escrevi no meu blog pessoal sobre o evento de 2016 e o que eu e o Marcos produzimos em 2017. É quase uma ciência onde você precisa juntar seus interesses pessoais e profissionais, coisas que você não conhece mas gostaria de conhecer e, ao mesmo tempo, controlar sua ansiedade e aquela certeza de que você irá perder várias outras coisas legais.

Sendo assim, é importante você ter um Plano A, um Plano B e um Plano C (talvez um D também). Isso pode ser encarado de duas formas:

  • Para um determinado horário você escolhe, na ordem: O painel imperdível, o que fazer se essa sala lotar, quais são as opções se o plano B der errado.
  • O que você quer fazer dependendo da sua animação, humor, vontade de aprender.

No SXSWedu esse planejamento fica mais fácil. O evento é menor e os deslocamentos também. Não posso dizer o mesmo do SXSW.

Quer ver isso na prática? Por ora, ainda estou no primeiro dia do SXSWedu. Para o horário das 10h, selecionei quatro painéis: Ambientes Inovadores de Aprendizagem e Mudança dos ProfessoresA evolução dos MOOCs: seis anos depoisInovação em Escala: Líderes Nacionais em E-Learning.

Provavelmente irei para a primeira palestra. No entanto, tenho em mente que planejamentos mudam: Ou mudarei de ideia ao longo do dia, ou alguém vai me falar de um painel que não estava nos planos ou posso dar uma pausa para organizar as ideias, tomar um café, conhecer gente nova.

E se essa mudança de planos acontecer, não se assuste. Também faz parte do aprendizado. Na pior das hipóteses, um happy hour no fim do dia te ajudará a colocar as outras ideias no lugar. É um dos espíritos de Austin. 🙂

 

As (muitas) formas da empatia

“Empatia” é uma palavra cada vez mais comum no universo corporativo, e talvez por isso mesmo nem sempre carregue o real peso que tem. Ter empatia significa, entre muitas outras coisas, valorizar diferenças e respeitá-las de forma incondicional. É isso que Naomi, uma criança de apenas sete meses, vem ensinando numa escola do Canadá.

Ao longo de algumas semanas, em companhia de sua mãe, Naomi visita os alunos com o objetivo de elevar sua capacidade emocional e social. A iniciativa faz parte do projeto Roots of Empathy (Raízes da Empatia), que tem como objetivo reduzir o bullying entre os estudantes.

Simplesmente genial.

Veja a matéria na íntegra.

#42formas2018 #valorizeodiferente

A boa didática é como a harmonia para uma música

Quando estou produzindo um conteúdo, uma das coisas que mais me preocupa é a forma como as pessoas irão se conectar com ele. Fico me perguntando “Está muito complicado?”, “As pessoas vão entender?”, “Faz parte da realidade do público?”. Naturalmente, chego lá, mas o processo de “conexão” sempre fica me rodeando.

E nesse sentido, fico sempre impressionado ao ver um mesmo conteúdo sendo entregue e explicado de diferentes formas para diferentes públicos. É quando a didática funciona. É o caso desse vídeo do músico Jacob Collier para a Wired. Ele explica o conceito de harmonia em cinco níveis de dificuldade, começando com uma criança de sete anos e termina em uma conversa com Herbie Hancock.

Antes de assistir ao vídeo, você sabe o que é harmonia? Eu perguntei pro Diego Mancini como ele define harmonia para não-músicos. Diego é um dos melhores músicos que conheço e que tenho a sorte de ser um grande amigo. Para ele, “harmonia e melodia andam juntos. Melodia é a parte que você consegue cantar. Harmonia é a parte que os instrumentos tocam”. Para ficar ainda mais palatável – sem trocadilhos – o Diego fez uma excelente analogia. “Melodia é a calda e o granulado. Harmonia é o sorvete. Você pode comer granulado com calda, que é até gostoso, mas não é a base da coisa. É o sorvete.”

Eu gosto muito de sorvete, então gostei dessa analogia. E ela faz sentido.

Agora sim, pode dar play.

Uma pena que este vídeo não tenha legendas. Jacob escolhe as palavras certas para cada público. Desde “eu posso decidir como esse melodia deve ser sentida” para Bodhi, de sete anos de idade, até uma discussão super profunda sobre variações harmônicas com Herbie Hancock, 77 anos. É a didática perfeita. Todo mundo entende, independente do nível de conhecimento sobre o assunto. No entanto, uma das melhores explicações é a que ele dá para Camryn Hutto, de 14 anos.

“Harmonia é colocar emoção na melodia, de modo que você saia de casa e, ao voltar, tenha aprendido alguma coisa durante o caminho”.

“Como ‘harmonizador’, meu trabalho é achar uma narrativa e fazer com que ela tenha sentido”.

Eu gostei muito disso também. Porque, no nosso trabalho, a didática faz o trabalho da harmonia quando estamos escrevendo qualquer conteúdo de aprendizagem. O conteúdo pode ser a calda do sorvete, ou seja, você pode aprender sem uma boa didática. Mas com ela, tudo faz mais sentido.

Mais claro, o nosso trabalho é achar uma narrativa para aquele conteúdo, fazer com que ele tenha sentido e que ajude o público a aprender alguma coisa durante o caminho.

Vocês não acham?

A gestão horizontal na prática

Gostamos muito dessa matéria da Exame sobre a gestão horizontal na Verte. Primeiro, porque tem tudo a ver com o que acreditamos: é possível ter uma nova forma de gestão e relacionamentos nas empresas. É o que fazemos aqui na 42formas e está inclusive em nosso manifesto.

Segundo, mostra que uma mudança organizacional é possível em organizações já estabelecidas e com um razoável número de pessoas. Deixa de ser uma “utopia” e vira uma realidade. Naturalmente, é fundamental encontrar o equilíbrio. O importante é encontrar um modelo ideal de flexibilidade que te atenda.

Mas vale ficar atento. Nas leituras preliminares que estamos fazendo sobre o futuro do trabalho, uma coisa é unânime: as relações trabalhistas irão mudar. Sendo assim, não faz sentido, por exemplo, manter estruturas engessadas e pouco espaço para discussão.

Ninguém quer ficar pra trás, não é mesmo?

Acredite, a tecnologia não está acabando com nossos trabalhos. Será?

Quando falamos da relação entre automação, robôs e o futuro do trabalho, é difícil não chover no molhado. “A tecnologia vai acabar com TODOS os empregos”, “precisamos nos preparar para ver uma máquina fazer o nosso trabalho” e por aí vai. Esse é um assunto que eu e o Marcos discutimos com muita frequência, inclusive fazendo apostas de longo prazo. Eu, por exemplo, acho que os aviões não serão autônomos pelos próximos 100 anos. O Marcos discorda.

Brincadeiras à parte, essa é uma discussão que envolve todas as organizações e todas os setores dentro das organizações. O impacto da tecnologia e da inteligência artificial e o papel da educação nesse cenário.

(A gente promete falar mais sobre isso em 2018).

O ponto é que, esse momento de virada talvez esteja demorando para acontecer. É o que vimos nessa matéria no Quartz: “Robôs não estão acabando com os empregos rápido o suficiente – e devemos ficar preocupados“. Este é o período mais calmo do mercado de trabalho dos Estados Unidos nos últimos 160 anos, o que pode significar a calma antes da tormenta. Para termos uma ideia, entre 1950 e 1970, o tipo de trabalho que as pessoas faziam mudou drasticamente, quase 40%. Hoje esse número está em 6%. E eu imagino que o cenário brasileiro não é muito diferente.

A chegada da tecnologia no setor agrícola diminuiu a necessidade de trabalhadores no campo. A popularização e o baixo custo de eletrodomésticos fez com que a ajuda na manutenção da casa não fosse mais tão necessária. Esses trabalhos migraram para a manufatura e o setor de serviços.

Novas tecnologias movimentam a indústria e também aumentam os valores dos salários médios. Mas agora, o que podemos esperar? Nos confortamos nessa calma ou nos preparamos para o futuro?

Por que das duas, uma:

1) Se a tecnologia não está acabando com nossos trabalhos, como fica a questão da nossa formação e desenvolvimentos pessoais e profissionais? Vale a pena aprender novas habilidades onde o cenário não muda?

Ou

2) Se o “apocalipse do trabalho” realmente existir, qual é o papel das empresas e da sociedade na qualificação e recolocação da atual força de trabalho? Pessoas mudando de função dentro da organização, pessoas saindo e precisando descobrir novos trabalhos. Como lidar com esse cenário?

Essas são as questões que a gente está tentando responder. O que você pensa?

O problema é a lata ou o dispenser?

A história é a seguinte: Eu adoro Coca-Cola. E isso não é um post patrocinado, longe disso. Mas eu realmente adoro Coca-Cola. E adoro o fato que a minha geladeira tem um dispenser de latas. Coloco ali a minha cerveja preferida e, eventualmente, Coca-Cola. A lata padrão, de 350ml, não tão alta e mais gordinha.

 

Mas parece que a moda agora são essas latas mais altas e mais finas, que além de terem uma capacidade menor, ainda não cabem no meu dispenser de latas. Fiz até um vídeo no Instagram Stories para falar disso.

Quase que imediatamente, o Marcos respondeu à história e trocamos algumas mensagens sobre.

– “Uai, mas a culpa é da Coca ou da geladeira?

– É da Coca, que fez a lata fora do padrão habitual.

– Mas atualmente tá cheio de lata fora do “padrão habitual”, ué.

– Mais finas e da mesma altura, beleza. Mais finas e mais altas não é tão comum. Enfim.

– Eheheh… eu entendi a sua bronca, só não concordo muito. O problema é que, nesses casos, o design das latas é muito mais flexível para mudanças do que o da geladeira, que você não compra nova todo dia. Por outro lado, os latões, que existem provavelmente há mais tempo que a sua geladeira, são feitos no mesmo padrão de raio, mas não de altura. Entrando no universo das cervejas, principalmente importadas, esse padrão muda o tempo todo. 🙂

Uma discussão aparentemente inócua, convenhamos, mas que me fez pensar em algumas coisas.

A primeira dela é a questão da ótica. Obviamente, o problema e/ou a solução variam de acordo com quem vê. Eu acho que o problema são os fabricantes de bebidas utilizando latas “fora do padrão”. Mas, como bem pontuado pelo Marcos, o padrão mudou ou está mudando.

Tive que ir até o site da Abralatas, a Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alumínio para perceber isso. Segundo o relatório 2011 da Associação, “A participação dos formatos não tradicionais, ou seja, das latas diferentes do tamanho de 350ml, vem aumentando, ano a ano. Em 2005, elas representavam apenas 0,5% do total de embalagens vendidas no País. Hoje, com a boa aceitação por parte do consumidor, já ultrapassam 15% do volume total de latas de alumínio produzidas”. Ou seja, já vem mudando. Eu é que parei no tempo.

Latas Fabricadas no Brasil – Cortesia: abralatas.org.br

O outro ponto exige uma analogia. Já parou pra pensar que as latas de alumínio podem ser experiências de aprendizagem e o meu dispenser são as nossas necessidades de aprendizagem. Ou algo do tipo. O meu ponto é que talvez estamos presos em coisas que damos como garantidas, seja na forma, na necessidade ou no conteúdo quando todo o ambiente está em constante mudança.

O que a gente pode fazer para acompanhar essa movimentação? A sociedade, os meios, os nossos desejos e necessidades, tudo está mudando muito rápido. Não dá para ficar parado, olhando para a minha própria plataforma ou necessidade, imaginando que todo o conteúdo precisa se adaptar ao que eu quero/tenho, quando na verdade eu estou datado. De vez em quando, é hora da gente olhar para o que está disponível e se adaptar.

Voltando à analogia da latinha e do dispenser, eu ainda vou encontrar latinhas que caibam ali. Mas preciso olhar também para as outras latas e ver que várias vão ser adequadas para as minhas outras necessidades: talvez tenha mais gente em casa, talvez eu não esteja com tanta sede assim.

A mesma coisa deve ser feita para o treinamento. Faz sentido?

Earcons, porque o pouco pode significar muito?

Para manter o trocadilho, fiquei obcecado com esse e-mail do Quartz sobre earcons. Como diz o texto, se você nunca ouviu o termo, certamente você já ouviu um: seja o som de inicialização do seu computador ou da assistente virtual do seu telefone. Em linhas gerais, os earcons são pedacinhos de som que nos ajudam a interagir com a tecnologia.

Algumas coisas me chamaram a atenção nesse texto. Uma delas é que apesar de curtos, os earcons são fruto de briefings complicadíssimos. (Já viu nosso vídeo sobre briefing no canal dos nossos amigos da Agência Nuts?)

Quando o compositor Brian Eno foi convidado para fazer o som de inicialização do Windows 95, o briefing era “algo que fosse inspirador, universal, otimista, futurista, sentimental e emocional – com 3,25 segundos de duração”.

Já Walter Werzowa, que compos o earcon utilizado pela Intel, precisou seguir as diretrizes para tons que lembrassem inovação, capacidade de resolução de problemas e o interior de um computador, e que ainda fosse corporativo e convidativo. (Olha, não duvido que isso poderia ser o briefing de um e-learning também).

Ou seja, há mais de 20 anos, aquela velha discussão sobre conteúdo e tamanho da forma já existia, embora em outras frentes. Nesse caso, o tamanho da forma deve ser ditada pela importância e relevância do conteúdo. É algo que a gente acredita muito, inclusive. Não faz sentido estender (ou comprimir) uma carga horária só para seguir uma convenção. “Todo vídeo precisa ter x minutos” ou “o curso precisa ter no máximo x telas/carga horária”. Partindo de um bom briefing, o que importa é o tamanho da história a ser contada.

Além disso, é interessante pensar que trabalhar com limitações acaba sendo um combustível para a criatividade e a resolução de problemas. O próprio Brian Eno disse que depois de trabalhar em uma peça de 3,25 segundos, compor um música de três minutos parecia um oceano de tempo.

Finalmente, gostei de dois outros pontos no e-mail. Earcons ajudam médicos a salvar vidas. O ambiente hospitalar confia muito em “sinais sonoros” para comunicar informações críticas aos profissionais de saúde. Pessoas que se movimentam bastante e podem estar olhando para todos os lados. De fato, estudos mostram que esses profissionais respondem mais rapidamente aos alarmes sonoros do que os visuais.

Finalmente, earcons podem ser importantes para os carros elétricos. Esses veículos são super silenciosos quando andam em velocidades até 30 km/h. Pensando nisso, os fabricantes americanos de veículos elétricos vão garantir que os carros farão algum som até essa velocidade. Tudo para alertar pedestres e, principalmente, pessoas com deficiência visual. Mais do que isso o barulho dos pneus no piso e da resistência do ar já fazem o serviço de “alerta”.

Pensando nisso, deixo para a discussão. Você vê (ou ouve?) algum espaço para o uso de pequenos alertas sonoros no seu dia-a-dia ou como forma de treinamento?

Conta pra gente.